quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Reflexão sobre o que é beleza

Estive refletindo sobre o sucesso das “mulheres-frutas” aqui no Brasil, tem para todos os gostos: mulher-pêra, mulher-morango, mulher-melancia, mulher-melão e até mulher-banana. Pensei nisso e logo me remeti ao significado da beleza e me veio a pergunta: “o que é beleza?”. 
Recordo-me que nas aulas de história e arte, as pinturas do Renascimento sempre retratavam mulheres gordinhas e, quando questionávamos os professores, eles respondiam que, na época, essas mulheres eram muito bonitas e admiradas pelos homens. 
É até estranho pensar assim, mas o padrão de beleza muda conforme o tempo e o lugar. O padrão de beleza reflete a visão de mundo de cada cultura e, como existe uma diversidade cultural grande no mundo, nos tempos e lugares, logo os padrões de beleza também são bastante diferentes, como podemos observar abaixo: 


DIETA... DE ENGORDA
ONDE Mauritânia
PADRÃO Obesidade
Neste país da África Ocidental, quilinhos a mais são sinal de status para a mulherada: indicam que elas não têm de trabalhar, porque o marido é rico. Para se adequar, algumas meninas são mandadas aos 5 anos a campos de engorda, onde consomem 16 mil calorias por dia! O menu inclui dois copos de manteiga e 20 litros de leite de camelo! >> Há também uma explicação “sentimental”: quanto maior a mulher, mais espaço ocuparia no coração do amado


SÍNDROME DE GIRAFA
ONDE
Mianmar
PADRÃO
Longos pescoços
Neste país asiático, as mulheres da tribo dos karenis são famosas por alongar o pescoço com anéis de metal - eles forçam o ombro para baixo e dão a ilusão de que o pescoço é mais comprido. O ritual, que é gradativo e começa aos 5 anos, está caindo em desuso: sem as argolas, os músculos não conseguem mais suportar a cabeça

 

NAPA 
À MOSTRA
ONDE
Irã
PADRÃO
Nariz ocidental
Responda rápido: qual lugar onde mais se faz plástica no nariz? Errou quem disse Los Angeles ou alguma cidade brasileira. A campeã é Teerã, no Irã. O nariz é estratégico para as mulheres de lá porque é uma das poucas partes que seus trajes e véus não escondem. A busca por um look ocidentalizado também faz muito machão iraniano passar pelo bisturi

>> A febre por um visual ocidental também se alastrou pela Coreia do Sul, onde cirurgias criam olhos mais redondos e com a dobra da pálpebra



EFEITO MICHAEL JACKSON
ONDE
Paquistão, Tailândia, Coréia do Sul, Hong Kong, Malásia e Índia
PADRÃO
Pele esbranquiçada
Enquanto no Brasil bonito é ser bronzeado, nesses países a galera foge do sol. Como a maioria tem pele escura, a moda é (tentar) ser branco, com o uso de cosméticos alvejantes. Quem não tem grana apela até para produtos piratas, que podem causar danos irreversíveis
 

DE MÃE PARA FILHA
ONDE
Etiópia
PADRÃO
Deformação labial
Nada de pulseiras, brincos ou anéis. Na tribo mursi, as mais “gatas” são as que usam enormes discos de madeira ou porcelana no lábio inferior. O enfeite só cabe depois que a mãe ou a avó da menina faz um corte na região - geralmente, o ritual ocorre quando ela completa 15 anos. No Brasil, algo semelhante é usado pelos índios caiapós
 


GUERRA DOS SEXOS
ONDE
Etiópia
PADRÃO
Cicatrizes
Mesmo quando homens também precisam aderir a modificações estéticas, os motivos são diferentes. Na tribo karo, eles fazem cicatrizes no peito para representar rivais mortos em batalhas. Já as mulheres passam pelo mesmo dolorido processo, no peito e na barriga, só para arranjar um marido – que, aliás, pode ter quantas esposas quiser
 


À FLOR DA PELE
ONDE
Nova Zelândia
PADRÃO
Tatuagens no rosto
Os descendentes dos maoris se adornam com tatuagens tribais chamadas moko. Homens as usam no rosto, e mulheres têm detalhes azuis nos lábios e no queixo. Se antigamente esse tipo de enfeite tinha a ver com status (o processo era tão dolorido que podia levar à morte), hoje representa uma espécie de ressurgimento da cultura típica





CONFORME A CULTURA MUDA, OS PADRÕES ESTÉTICOS TAMBÉM SE ALTERAM

 Pré-História Seios grandes e ancas largas indicavam capacidade de gerar bons filhos
 

Renascimento Depois da peste negra detonar parte da Europa, ser gorda era sinal de saúde


Século 17 Espartilhos diminuíam a cintura e ressaltavam que mulheres eram seres frágeis


Anos 20 A emancipação feminina prega um look menos sensual: faixas achatam cinturas, seios ou quadris, para deixá-los na mesma proporção





Anos 40 Mais duronas após a 2a Guerra Mundial, as mulheres passam a desejar ombros largos. No fim da década, Marilyn Monroe reverte a tendência






Anos 60 A onda hippie e a busca pela juventude levam a corpos com poucos seios ou curvas




Anos 80 Culto ao corpo saradaço – inclusive para elas, que queriam parecer mais fortes




Anos 90 O maior objeto de desejo feminino são os seios fartos – e siliconados!


Fonte: Mundo Estranho

Um comentário:

  1. gostei muito do post. Realmente, a beleza está diretamente ligada à cultura, local e época que está inserida.

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